7 de fevereiro de 2010

24 de novembro de 2007...

Eu ainda me lembro dos pingos de chuva penetrando na minha pele, daquele vento frio que soprava la fora. Me lembro dos aromas e dos sabores daquela nossa "bandeja suicida".
Por um segundo eu senti meu coração parar, as borboletas dispararam no meu estômago e entre todos aqueles rostos eu encontrei o seu sorriso. Tudo o que eu queria era correr para os seus braços, mas minhas pernas tão nervosas não responderam a esse simples comando... Nós parecíamos estar naqueles filmes adolescentes-românticos.
Tantos dias, tantas horas, tantos minutos, incontáveis segundos esperando por esse sorriso, talvez por saber que ele era verdadeiro, ou pelo simples fato de ser tão lindo, compensou toda aquela incontável espera.
E finalmente minha estúpida perna me levou até ele. Ainda me lembro da sua pele gelada em meu rosto, do seu coração que disputava com o meu em numero de batimentos... e por alguns segundos, o mundo ao nosso redor não tinha importância alguma.
Nossas roupas estavam salpicadas pela chuva, meu cabelo já estava desarrumado nessa altura do campeonato. Então ele passou a mão em meu rosto tirando o lápis que havia borrado "A chuva borrou a sua maquiagem e mesmo assim você continua linda" , ele disse, sem imaginar que a culpada por aquela mancha em meu rosto haviam sido as minhas lágrimas...
Ainda me lembro da maioria dos segundos daquela tarde, desde o escorregão que o vendedor de piercing levou até o momento mais importante. Passava das 17horas e parecia que nos estávamos juntos por pouquíssimo tempo, a nossa bandeja suicida - com mini pães de queijo, cheddar, milkshakes e um enorme pedaço de torta holandesa - presenciou risos vindos de piadas, de lembranças, de historias e até mesmo de mesas vizinhas, presenciou historias tristes também, mas presenciou principalmente dois jovens apaixonados. Era engraçado como o assunto de nossas conversas variavam, passávamos de românticos para palhaços, de crianças para adultos, e até mesmo de calmos para irritados; mas nunca tristes e muito menos intediados.
No fim daquela bandeja, que não era mais julgada, houve um segundo de silencio, o primeiro em horas, e mais uma vez seus olhos se encontraram com os meus, mas dessa vez de uma maneira diferente, de uma maneira que eu não poderia explicar com palavras.

"Casa comigo!?". Foram as palavras que quebraram aquele silencio. Antes que eu pudesse pensar, meu coração foi mais rápido e da minha boca saiu um "Sim, eu caso!". O rosto dele se iluminou, mais uma vez eu pude ver aquele sorriso, tão lindo, tão verdadeiro... E mesmo sabendo que aquilo não poderia acontecer, nós guardamos aquele instante com sete chaves em nossos corações.
A chuva lá fora já havia passado, as estrelas brilhavam timidamente no céu. Nós procuramos a nossa estrela, e lá estava ela, brilhando como nunca, como se brilhasse só pra a gente, tornando aquele momento mais especial ainda.
Já estava chegando a hora de se despedir, mais do que nunca eu desejei que o tempo parasse pra nós dois. Nós planejamos fugir e viver juntos para sempre, conhecendo os mais belos lugares do mundo, sem ter que se preocupar com nada e nem ninguém, mas nós só planejamos...

Nenhum comentário:

Postar um comentário